quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O Caminho do Coração

A palavra coragem é muito interessante. Ela vem da raiz latina cor, que significa “coração”. Portanto, ser corajoso significa viver com o coração. E os fracos, somente os fracos, vivem com a cabeça; receosos, eles criam em torno deles uma segurança baseada na lógica. Com medo, fecham todas as janelas e portas – com teologia, conceitos, palavras, teorias – e do lado de dentro dessas portas e janelas, eles se escondem.

O caminho do coração é o caminho da coragem. É viver na insegurança, é viver no amor e confiar, é enfrentar o desconhecido. É deixar o passado para trás e deixar o futuro ser. Coragem é seguir trilhas perigosas. A vida é perigosa. E só os covardes podem evitar o perigo – mas aí já estão mortos. A pessoa que está viva, realmente viva, sempre enfrentará o desconhecido. O perigo está presente, mas ela assumirá o risco. O coração está sempre pronto para enfrentar riscos; o coração é um jogador. A cabeça é um homem de negócios. Ela sempre calcula – ela é astuta. O coração nunca calcula nada.

(...)

O que é a mente? É tudo o que você conhece. É o passado, o que está morto, o que já foi. A mente não é nada mais do que o passado acumulado, a memória. O coração é o futuro; o coração é sempre a esperança, o coração é sempre algum lugar no futuro. A cabeça pensa no passado; o coração sonha com o futuro.

O futuro ainda está por vir. O futuro ainda está por ser. O futuro ainda é uma possibilidade – ele virá, está pronto para vir. A todo instante, o futuro está se tornando presente e o presente se tornando passado. O passado não tem nenhuma possibilidade, você já se serviu dele – ele está esgotado, é uma coisa morta, é como um túmulo. O futuro é como uma semente; está vindo, sempre vindo, sempre alcançando e encontrando o presente. Você está sempre em movimento. O presente não é nada mais do que movimento em direção ao futuro. É o passo que você já deu; é avançar em direção ao futuro. ( Osho:Coragem,p.16 e 17).

Lembre-se de uma coisa: a mente costuma interferir e não dá ao amor seu infinito e seu espaço. Se você realmente ama uma pessoa, dá a ela espaço infinito. Seu próprio ser é só um espaço para ela crescer e com o qual crescer. A mente interfere e tenta possuir a pessoa, então o amor é destruído. A mente é muito gananciosa – a mente é ganância. A mente é muito venenosa. Portanto, se alguém quer entrar no mundo do amor, tem de deixar a mente de lado. Tem que viver sem a interferência da mente. A mente é útil quando está no seu devido lugar. Ela é necessária no supermercado; não no amor. E necessária quando você está preparando o seu orçamento, mas não quando está circulando no seu espaço interior. É necessária na matemática; não na meditação. Portanto, a mente tem sua utilidade, mas essa utilidade é simplesmente irrelevante. Então seja cada vez mais amoroso... incondicionalmente amoroso. Seja amor. Seja uma abertura – seja só amor.

Quanto mais destemida for a pessoa, menos ela usará a mente. Quanto mais medo ela tiver, mais usará a mente.


(Osho:Coragem, p.90)

OSHO Simplesmente




"Simplesmente olhe para a existência e sua abundância. Qual a necessidade de tantas flores no mundo? Apenas rosas bastariam.

Mas a existência é farta – milhões e milhões de flores, milhões e milhões de pássaros, milhões de animais – tudo em abundância.

A natureza não é ascética, ela está dançando em toda a parte – no oceano, nas árvores. Está cantando em toda parte: no vento passando através dos pinheiros, nos pássaros.

Qual a necessidade de milhões de sistemas solares, qual a necessidade de cada sistema solar ter milhões de estrelas?

Parece que não há necessidade, exceto que a abundância é a própria natureza da existência, que a riqueza é a sua própria essência, que
a existência não acredita em pobreza.

Só o ser humano acredita em pobreza
e por isso sofre…

Vive na inconsciência, completamente ignorante a respeito de sua origem divina. Nasceu para viver na mesma abundância das flores, das plantas e dos pássaros. É filho do Infinito, mas se comporta como mendigo, encoberto pela própria escuridão.

Você não existe separado da natureza, somos um só. Uma única energia! Você é aceito por todo esse universo. Deleite-se nele!

Você é aceito pelo sol, você é aceito pela lua, você é aceito pelas árvores, você é aceito pelo oceano, você é aceito pela terra. O que mais você quer?

Assim como tudo na natureza, você é um ser absolutamente sagrado!

Você nasceu para as grandes alturas. Voe sem medo, porque você é o INFINITO!".

- Osho

1 "A busca" - Krishnamurti


Jiddu Krishnamurti


Longamente peregrinei por este mundo de coisas efêmeras. Dele conheci os passageiros deleites. Como o belo arco-íris, que muito cedo em nada se desfaz. Assim, desde as origens do mundo, vi todas as coisas passarem – belas, festivas, deleitáveis.

Na busca do Eterno, perdi-me entre as coisas finitas; de todas provei, em busca da Verdade.

No perpassar das idades, conheci as delícias do mundo efêmero – a terna mãe com seus filhos, o arrogante e o livre, o mendigo que erra pela face da terra, o conforto dos ricos, a mulher tentadora, o belo e o feio, o autoritário, o poderoso, o homem importante, o benfeitor, o protetor, o oprimido e o opressor, o libertador e o tirano, o homem de muitas posses, o renunciante – o sannyasi, o homem prático e o sonhador, o arrogante sacerdote de suntuosas vestes e o humilde devoto, o poeta, o artista, o criador.

Prostrei-me diante de todos os altares do mundo, todas as religiões me conheceram, cerimônias inúmeras pratiquei, regalei-me das pompas do mundo. Combatente fui, de batalhas ganhas e perdidas, desprezei e fui desprezado, conheci as tristezas e agonias de inúmeras desditas.

Nadei em prazeres e na opulência. Nos secretos recantos de meu coração, exultei. Conheci nascimentos e mortes sem conta – todas essas efêmeras esferas percorri, entre êxtases passageiros, crendo-as eternas, no entanto jamais encontrei o eterno Reino da Felicidade.

Outrora eu Te buscava – Ó Verdade imperecível, ó Felicidade eterna, culminância de toda a Sabedoria! - no topo da montanha, no céu constelado, nas sombras do terno luar, nos templos do homem, nos livros dos doutos, na tenra folha primaveril, nas águas irrequietas, no rosto do homem, no regato cantarolante, na tristeza, na dor, na alegria e no êxtase – mas não Te encontrei.

Assim como o alpinista ascende aos altos picos, largando a cada passo seus múltiplos fardos, assim também me alcei às alturas, abandonando as coisas transitórias. Como o sannyasi de áureas vestes a buscar felicidade, com sua taça de mendicante, assim também renunciei. Como o jardineiro que mata as ervas daninhas de seu jardim, assim também aniquilei o ego. Como os ventos sou livre e sem entraves. Forte e diligente como o vento que penetra os ocultos recantos do vale, rebusquei os recessos de minha alma, purificando-me de todas as coisas passadas e presentes.

Qual o silêncio que, de súbito, se estende sobre o mundo rumoroso, assim também subitamente, Te encontrei no fundo do coração de todas as coisas e do meu próprio.

Sobre a trilha da montanha, sentado numa pedra, a meu lado e dentro de mim Te encontrei e, em Ti e em mim contidas, todas as coisas. Feliz o homem que encontra a Ti e a mim em todas as coisas!

Na luz do sol poente, a filtrar-se entre as delicadas rendas de uma árvore primaveril, eu Te contemplei. Nas lucilantes estrelas, Te contemplei. Na ave que passa célere e desaparece no negror da montanha, Te contemplei.

Tua glória despertou a glória que em mim dormia. Tendo encontrado, ó mundo, a Verdade, a Felicidade eterna, dela desejo dar.

Vem, meditemos juntos, juntos ponderemos e sejamos felizes, raciocinemos juntos e façamos surgir a Felicidade.

Tendo provado e conhecido a pleno as tristezas e dores, os êxtases e alegrias deste mundo efêmero, compreendo tua aflição. A glória de uma borboleta só dura um dia, assim também, ó mundo, são teus deleites e prazeres. Como as tristezas da criança, assim, ó mundo, são tuas tristezas e dores; teus prazeres, que levam a muitas tristezas, tuas desditas, que levam a maiores desditas, incessante luta e fúteis vitórias.

Como o delicado botão, após padecer longo inverno, desabrocha e de fragrâncias o ar embalsama, para murchar antes de cair o sol, assim são tuas lutas, teus grandes feitos e tua morte – uma roda de dor e de prazer, de nascimento e morte.

Assim como andei perdido entre as coisas transitórias, em busca daquela eterna Felicidade, assim também tu, ó mundo, estás perdido na esfera do efêmero!

Desperta e reúne tuas forças, olha em torno e medita! Aquela Felicidade imarcescível, Felicidade que é a única Verdade, que é o fim de toda busca, de toda indagação e dúvida, que liberta do nascimento e da morte, Felicidade que é a única lei, o único refúgio, a fonte de todas as coisas, que dá perene conforto, essa real Felicidade, que é Iluminação – em ti habita!

Tendo-me fortalecido, desejo dar desta Felicidade; tendo alcançado o desprendimento afetuoso, desejo dar desta Felicidade. Tendo alcançado a tranqüilidade apaixonada, desejo dar desta Felicidade. Tendo vencido a vida e a morte, desejo dar desta Felicidade.

Larga, ó mundo, tuas vaidades e segue-me, pois sei o caminho que leva ao alto da montanha – sei o caminho que leva ao fim desta agitação e tormento.

Só existe uma Verdade, uma Lei, um Refúgio, um Guia para aquela eterna Felicidade.

Desperta, ergue-te, medita e reúne tuas forças!

Monja Coen - Mente vazia, mente tranquila








Alguns dizem que é preciso esvaziar a mente. Eu pergunto: como esvaziar o que já está vazio?

Há uma história Zen muito interessante. Certo dia um jovem aspirante pediu ao Mestre Zen que aquietasse sua mente. O Mestre disse:

- “Traga sua mente aqui, entregue-a a mim e eu a aquietarei.”

O jovem saiu procurando pela mente. Onde estaria? Seria pensamentos, memórias? Seria silëncios e quietude? Seria sonhos e pesadelos? Seria feita de palavras, conceitos? Seria apenas a massa encefálica, a matéria? O jovem pensava e não pensava. Cada vez que acreditava ter apanhado a mente, percebia que ela fugia, que já estava em outro pensamento, em outra idéia. Que o próprio conceito se desfazia. Cansado, voltou a procurar o Mestre e disse:

- “Senhor, é impossível apanhar a mente.”

O Mestre disse com alegria:

- “Pois então, já está aquietada.”

O jovem se reverenciou em profunda gratidão, pois pela primeira vez compreendia que a mente não é algo fixo e constante, mas flui com o fluir da vida, sem que possa jamais se fixar quer em inquietude ou em silêncio, quer em alegria ou tristeza, quer em iluminação ou delusão.

Outra história do século VII na China foi a seguinte: o abade de um grande mosteiro pediu a seus monges que fizessem um poema no qual expressassem sua compreensão dos ensinamentos de Buda. O Chefe dos Monges, muito querido e respeitado pelos seus mais de mil companheiros, escreveu solenemente:

“O corpo é a árvore Bodhi. A mente é como um espelho brilhante. Cuide para mante-la sempre limpa. Não permitindo que o pó se assente”

Um jovem semi-alfabetizado, que ajudava separando a palha do arroz viu o poema na parede, pediu que alguém o lessse e exclamou:

- “Não é isso”

E pediu a um monge letrado que escrevesse seu poema:

“O corpo não é a árvore Bodhi. A mente não é como um espelho brilhante. Se não há nada desde o princípio. Onde o pó se assenta?”

Este segundo poema reflete a essência dos ensinamentos do Sexto Ancestral da China, o Venerável Mestre Hui-neng e do Zen.

A prática da meditação do Zazen não é para polir o espírito, não é para limpar a mente, não é para esvaziar nada. É tornar-se uno com nossa essência verdadeira, com aquele Eu imenso que contem todos os sentimentos, emoções, percepções, formações mentais, consciência e a forma física.

Retornar à verdade e ao caminho é retornar à vida. Assim falamos em renascer. Deixar morrer idéias abstratas e fantasiosas sobre estar separado do tudo e dos outros e perceber a sabedoria suprema presente em todos os seres, vivenciá-la, tornar-se uno com todos os Budas e Ancestrais do Darma.

Basta perceber que nada é fixo, nada permanente – isto é o vazio. A mente vazia é aberta e flexível. Chora e ri. Pensa e não pensa. Não precisa ser esvaziada – já é vazia. Sendo vazia é clara e iluminada, em constante atividade e transformação.

Apenas escolha com o que alimentá-la. Você mesma(o) é o programa e o programador, o computador e seus acessórios. Cuide-se bem.

Doshin, o mestre zen considerado o Quarto Ancestral da China, disse:


“Todos os ensinamentos de Buda estão centrados na Mente, de onde incomensuráveis tesouros surgem. Todas as faculdades sobrenaturais e suas transformações reveladas na disciplina, meditação e sabedoria são suficientemente contidas em sua própria mente e nunca saem dela. Todos os obstáculos em obter-se bodhi surgem das paixões que geram carma e são originalmente não-existentes. Cada causa e cada efeito é apenas um sonho. Não há mundo triplo a abandonar nem nada a ser procurado. A realidade interna e a aparência externa do ser humano e das mil coisas são idênticas. O Grande Caminho é ilimitado e transcende a forma. Livre de pensamento e de ansiedade. Agora você entendeu o ensinamento de Buda. Não há nada faltando em você e você não é diferente de Buda. Não há outra maneira de obter o estado de Buda além de permitir sua mente ser livre em si mesma. Não contemple nem tente purificar sua mente. Deixe que não haja apego nem aversão, ansiedade nem medo. Esteja completamente aberta e absolutamente livre de todas as condições. Esteja livre para ir em qualquer direção que queira. Não aja para fazer o bem, nem procure o mal. Quer ande ou fique, sente ou deite, e seja o que for que aconteça a você, tudo são as maravilhosas atividades do Grande Iluminado. Tudo é alegria, livre de ansiedade – isto é chamado Buda.”


É preciso entender que estamos falando do ponto de vista do absoluto, de quem percebeu e se tornou o próprio corpo de Buda, que são em si os Preceitos, a Disciplina, a Meditaçao e a Sabedoria. Alguns podem interpretar erroneamente que fazer qualquer coisa é ação iluminada. Só se é Buda quando há a verdadeira compreensão do Caminho, que é tornar-se o Caminho de Sabedoria e Compaixão.

Não é ser bonzinho, nem querer ser mau. É tornar-se o próprio Bem.

Mente vazia e livre, clara e ativa em tranqüilidade, tranqüila em atividade.

Mãos em prece.
Monja Coen

O almiscareiro do Himalaia




Por Paramahansa Yogananda


O almíscar é uma substância valiosa, extremamente aromática, contida numa bolsa sob a pele do abdome do almiscareiro macho, que habita os elevados picos dos Himalaias. Quando o almiscareiro alcança certa idade, o odor penetrante do almíscar começa a exsudar dessa bolsa. O almiscareiro fica excitado pelo aroma delicioso e pula para lá e para cá, farejando sob as árvores e furnas, buscando em toda a parte – às vezes por muitas semanas - , procurando a fonte da persistente fragrância. Incapaz de localizar o perfume tantalizante, ele se torna extremamente inquieto e, em seguida, irritado. Em sua agitação e num esforço último e desesperado de encontrar a fonte da essência enlouquecedora, sabe-se de casos em que o almiscareiro salta dos altos picos alcantilados e cai para a morte no vale que se estende abaixo. Os caçadores, achando os cadáveres, cortam a almejada bolsa do almíscar.

Um bardo iluminado cantou certa vez: "Ó tolo almiscareiro: buscaste a fragrância em toda a parte, exceto em seu próprio corpo. Eis porque não a encontraste. Se pelo menos tivesses voltado tua busca para ti mesmo, terias encontrado o almíscar almejado e terias salvo a ti mesmo da morte sobre as rochas abaixo das montanhas".

A maior parte das pessoas se comporta como o almiscareiro. Buscam a felicidade elusiva, sempre fragrante, por toda a parte, fora delas próprias. E quando, finalmente, não podem achar a verdadeira felicidade, cuja fonte jaz oculta nos recônditos secretos de suas próprias almas, pulam dos picos alcantilados das esperanças elevadas e se despedaçam nas pedras da desilusão.

Ó tolo almiscareiro humano, se pelo menos voltasses tua mente para dentro, na meditação diária profunda, acharias a fonte de toda verdadeira e duradoura felicidade no silêncio mais recôndito de tua própria alma. Bem-amado que estás à procura da felicidade: não sejas como o almiscareiro, perecendo na vã busca exterior: Desperta! E, na caverna da meditação profunda, encontra a felicidade eterna dentro de teu imortal Ser.

A armadilha das noções...


O Buda contou uma parábola interessante em relação às idéias e noções. Um jovem comerciante ao voltar pra casa viu que ela foi atacada e incendiada por bandidos. No que seria o lado de fora da casa destruída, havia um pequeno corpo carbonizado. Ele pensou logo que aquele corpo pertencia a seu filho. Ele não sabia que, na verdade, seu filho estava vivo e nem que, após incendiarem a casa os bandidos levaram-no junto com eles. Naquele estado de confusão o jovem comerciante acreditou que o corpo que ele estava vendo era o de seu filho. Então, ele chorou, bateu no peito e arrancou os cabelos lamentando sua perda – e assim preparou a cerimônia de cremação.
Esse homem amava muito esse filho, era a sua razão de viver. Tanto que, mesmo depois da cremação, ele não conseguia abandonar as suas cinzas nem só por um momento. Mandou fazer uma bolsa de veludo, pôs as cinzas dentro e a carregava dia e noite. Mesmo trabalhando ele não se separava delas. Mas eis que, uma noite, seu filho conseguiu fugir dos bandidos e voltou para casa reconstruída. Às duas horas da manhã ele bateu na porta muito feliz por estar de volta. O pai acordou e ainda segurando a bolsa com as cinzas perguntou: “Quem está aí?”.
“Sou eu. Seu filho!” Disse o garoto atrás da porta.
“Você, seu teimoso, não é meu filho. Ele morreu três meses atrás. Eu carrego as suas cinzas aqui comigo”.
O garotinho continuou ainda por um tempo a gritar e a bater na porta, mas seu pai continuou se recusando a deixá-lo entrar. O homem estava firmemente agarrado à idéia de que seu filho já estava morto e que esse outro menino era uma pessoa sem coração que veio somente para atormentá-lo. Finalmente, o menino desistiu e foi embora e o pai perdeu o filho para sempre.
O Buda costumava dizer que se você se deixar apanhar por uma idéia e passa a considerá-la como “a verdade”, você perderá a chance de conhecer a verdade. Mesmo se a própria verdade em pessoa vier e bater à sua porta, você se recusará a abrir a sua mente. Portanto, se você estiver comprometido com uma idéia acerca da verdade ou acerca das condiçõs necessárias para a sua felicidade, tome cuidado. O Primeiro Treinamento da Plena Consciência é justamente sobre sermos livres dos pontos de vista:
“Cientes do sofrimento causado pelo fanatismo e pela intolerância, nós estamos determinados a não sermos idólatras e a não nos apegarmos a nenhuma doutrina, teoria ou ideologia, mesmo que seja de origem budista. Os ensinamentos do budismo são um guia para nos ajudar a olhar profundamente a realidade e para desenvolver nossa compreensão e nossa solidariedade, e não uma doutrina em nome da qual devamos combater, matar ou morrer”.
Esta é uma prática que ajuda a nos libertar da tendência a sermos dogmáticos. Nosso mundo sofre já bastante por causa das atitudes dogmáticas. O primeiro treinamento da plena da consciência é importante por que nos ajuda a permanecer pessoas livres. Liberdade é, acima de tudo, liberdade de nossas próprias noções e conceitos. Ao permanecermos enredados em nossas noções e conceitos, faremos sofrer a nós mesmos e mesmo àqueles a quem amamos
Imagem: Internet

Seja um "campo" de consciência


Quando se encontrar com as pessoas, no trabalho ou em qualquer outro lugar, dê a elas o máximo de atenção. Você já não estará ali como um indivíduo, e sim como um campo de consciência, de presença alerta. O motivo original da sua interação com o outro - comprar ou vender alguma coisa, pedir ou dar informações, por exemplo - é agora secundário. O campo de consciência que se forma entre vocês se estabelece como o propósito primário da interação. Esse espaço de consciência adquire uma relevância muito maior do que qualquer assunto sobre o qual vocês possam estar falando e do que os objetos físicos ou imaginados. O Ser humano passa a ser mais importante do que as coisas deste mundo. Isso não significa que você vá se descuidar do que precisa ser feito no nível prático. Na verdade, a execução das coisas não só fica mais fácil como se desenrola com mais energia quando a dimensão do Ser é reconhecida e, assim, se torna primária. O surgimento desse campo unificado de consciência entre as pessoas é o fator essencial dos relacionamentos na nova Terra.
Eckhart Tolle - Um novo mundo - O despertar de uma nova consciência

Meditação e compaixão



Buda costumava dizer aos seus discípulos, “Após cada meditação, sejam compassivos – imediatamente – porque quando você medita, o amor cresce, o coração fica repleto. Após cada meditação, sinta compaixão pelo mundo inteiro para que você compartilhe seu amor e você libera a energia na atmosfera e essa energia pode ser usada pelos outros”.
Osho